DIZ-LHES QUE ESTÁS OCUPADO – CONVERSAS COM ALEXANDRE O’NEILL

“Diz-lhes que estás ocupado” – Conversas com Alexandre O’Neill

Coordenação de Joana Meirim

O’Neill dizia que não era avesso a entrevistas, mas a verdade é que nem sempre foi fácil fazer‑lhe uma. Mais fácil terá sido conversar sem plano prévio. Fernando Assis Pacheco conta‑nos que era «tão bom conversador como sovina nas respostas dactilografadas». As entrevistas reunidas neste volume abrangem um período temporal significativo: de 1944 a 1985. Nelas fala‑se do surrealismo português, do qual O’Neill se afastou, mas que também não deixou de elogiar; fala‑se de Portugal, uma das suas preocupações mais constantes (antes e depois do 25 de Abril); fala‑se do famoso «Há mar e mar, há ir e voltar», que lhe devia ter rendido uma fortuna em direitos de autor, e das participações polémicas em programas de televisão. Falando de tudo isto, não deixa nunca de se falar da poesia, a melhor forma que arranjou para comunicar.

«As entrevistas de O’Neill são paratextos significativos para a configuração da sua personalidade literária e convidam à releitura da sua poesia e das várias crónicas que publicou. Nestes diálogos entre entrevistador e entrevistado, é perceptível a coincidência entre projecto poético e forma de vida, sendo possível, aliás, imaginar no futuro uma edição da obra de Alexandre O’Neill — e não seria caso único, claro — que contemplasse vários dos comentários que foi deixando nas entrevistas.» — da Introdução

 

14,90 
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DIZER O MUNDO – CONVERSAS COM RUI NUNES E PAULO NOZOLINO

Dizer o Mundo – Conversas com Rui Nunes e Paulo Nozolino
de Alexandra Carita

Frente a frente, um escritor e um fotógrafo. Os dois, sob a orientação de Alexandra Carita, falam sobre história, religião, política, arte e cultura, sobre eles próprios e sobre a forma como trabalham e sentem a vida. Longe do academismo, diálogos diretos trazem-nos dois olhares sobre a sociedade de hoje, traçando as grandes linhas de um Portugal preso ao passado e de uma Europa à beira de um precipício. Dizer o Mundo é a reunião de uma série de longas conversas de dois autores de uma rara lucidez.

17,50 
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ENTREVISTAS

Entrevistas
de André Breton

Tradução de Ernesto Sampaio

Em 1952, a voz de André Breton entrava ao serão nos lares franceses pelas ondas da rádio. No rescaldo do seu regresso dos EUA, onde se refugiara até 1946, durante a invasão nazi do seu país, concedia ao jornalista André Parinaud, da RTF, as dezasseis entrevistas radiofónicas aqui reunidas, a par de outras dadas à imprensa mundial entre 1941 e 1952.Nelas um inventor fala da sua invenção – o surrealismo como uma das aventuras mais fascinantes na marcha do tempo, que influenciou a literatura, as artes e a nossa visão do mundo –, reavivando-lhe a história, sopesando-lhe as muitas rupturas e aspirações, vicissitudes e figuras-chave, entre as quais Tristan Tzara, Paul Éluard e Louis Aragon.Em plena Guerra Fria, quando a arte comprometida e as inquietações do tempo sufocavam a vida intelectual europeia e reivindicavam o monopólio da revolução social, sem deixar vir à tona formas emancipadoras de criação, André Breton defendia a actualidade, a pertinência e a vitalidade (e até a salutar necessidade) do surrealismo, contra quem ciclicamente lhe anunciava a morte e o hostilizava. Documento histórico e humano, Entrevistas encerra também a psicologia de um inconformista não isento de contradições.

18,00 
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PALAVRAS ALADAS

PALAVRAS ALADAS
Maria Filomena Molder

conversa(s) em torno do desenho com Cristina Robalo

De onde vêm as imagens?

Vêm dos nossos olhos, dos nossos ouvidos, da nossa boca, das nossas mãos, do nosso nariz, dos sentidos em acção, não os sentidos descritos anatomicamente, vêm dos aromas, o tal vento de Eduardo Chillida, o espaço e o tempo: «Não é o vento um espaço de tempo e aromas?».

 

Quais são as imagens do cheiro?

O cheiro é um sistema de convocatórias. Nós não temos imagens diferidas, representáveis, do cheiro. Isso é muito importante! Como é que nós transmitimos o aroma do vento? Sentindo o vento e aquilo que o vento arrasta. E o tempo tem a ver com isso. Portanto, quando se fala do aroma do vento, para quem quer compreender a imagem, tem de evocar e, no melhor dos casos, voltar a sentir essa experiência. Por outro lado, o aroma vem das mãos, de todos os ofícios, da relação amorosa e da guerra, mas a caça não é um ofício!

 

O que é a caça?

Como diz Benjamin, a caça é uma imagem da vida (a primeira, em rigor), com particular potência para a compreensão da relação entre vestígio e aura. Ouça-se a maravilhosa cantata de Béla Bartók (Cantata Profana. Os Veados Mágicos, obra para orquestra, duplo coro misto, tenor e barítono, de 1930). Em Semear na Neve (Relógio D’Água, 1999), no capítulo «Aura e vestígio», faço uma análise dessa Cantata e estabeleço um vínculo com os conceitos benjaminianos. É uma história sobre nove irmãos a quem o pai não tinha ensinado nenhum ofício. Eles só sabiam caçar e um dia sofrem uma metamorfose irreversível, transformando-se em nove veados mágicos. Mais tarde, quando os homens começam a trabalhar a terra e a tecer ou a moldar um vaso, a vida passa a ser vista através desses actos oficinais.

18,00 
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